A Olimpíada tem
caráter bienal e, em anos pares, realiza um
concurso de produção de textos que premia as melhores produções de alunos de escolas
públicas de todo o país. Na 3ª edição participam professores e alunos
do 5º ano do Ensino Fundamental (EF) ao 3º ano do Ensino Médio (EM), nas
categorias: Poema no 5º e 6º anos EF; Memórias no 7º e 8º anos EF; Crônica no
9º ano EF e 1º ano EM; Artigo de opinião no 2º e 3º anos EM. Nos anos
ímpares, desenvolve ações de formação presencial e a distância, além
da realização de estudos e pesquisas, elaboração e
produção de recursos e materiais educativos.
Uma iniciativa do
Ministério da Educação (MEC) e da Fundação
Itaú Social, com coordenação técnica do
Cenpec — Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação
Comunitária, a Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro tem
como parceiros na execução das ações o Conselho
Nacional de Secretários de Educação (Consed), a União Nacional dos Dirigentes
Municipais de Educação (Undime) e
o Canal
Futura.
A Diretora e as
Professoras de Língua Portuguesa Aline Mota e Girlândia da escreveram a Escola
João Francisco Pereira, na Olimpíada de L. Portuguesa Escrevendo o Futuro. Onde
foram trabalhadas oficinas nas categorias: Poema no 5º e 6º anos EF; Memórias
no 7º e 8º anos EF; Crônica no 9º ano EF. Depois dos textos produzidos pelos os
estudantes, foram enviados para a Comissão Julgadora da Escola.
A Comissão Julgadora
da EJFP, encaminhou para a Comissão Julgadora Municipal, três textos, sendo um na
categoria poema, outro na categoria memorias literárias e outro na categoria crônica.
Na categoria poema foi enviado o Poema “Um
pouco da minha terra” da aluna Maria Rosiany Gois Silva:
Um
pouco da minha terra
O lugar que eu moro,
Tem até calçamento,
Nesse pedaço de chão,
Só falta água encanada,
Pra melhorar a situação.
Barreira, Barreira,
Que mora no meu coração.
Tem quadra, praça e jardim,
Para servi a população.
Sem falar no nosso colégio,
Que e o melhor da região.
A minha comunidade,
Para todo mundo ver.
A escola e admirada,
Só tenho que a agradecer.
Na praça tem até quiosque,
Para as crianças comprar,
Bolo de milho e aipim,
Para comercializar.
As maravilhas da nossa terra,
Na Barreira sempre há.
Maria Rosiany Góis
Silva
Na categoria Memorias
Literárias foi encaminhado o texto “História de um lugar” da aluna Leiliane dos
Santos Lima:
História
de um lugar
Leiliane dos Santos Lima
Nasci em uma fazenda chamada
Barreira, aos poucos anos virou povoado ela fica a poucos quilômetros do
município de Barrocas. O nome Barreiras se originou de um barreiro que as
pessoas arrancavam o barro para fazer artesanato, elas construíam potes e panelas
a arte da comunidade até hoje algumas mulheres da comunidade constroem esse
artesanato.
Barreiras antigamente eram
formadas por casas de supapo (taipa) as casas de taipa eram formadas com o
barro, pindoba, muitas varas finas e telhas. Antigamente a condições de vida
era mais difícil, antes eu tinha que andar na base de dois quilômetros com um
jumento a procura de água. Todos os dias minha mãe levava alguns dos meus
irmãos para a roça e eu ficava mais minhas duas irmãs fazendo as coisas da casa
e olhando as minhas irmãs menores.
Antes aqui na minha
comunidade não tinha energia elétrica e até hoje não tem água encanada, nos
tempo da seca nós tinha que pagar para colocar água de carroça ou de carro
pipa. Logo quando eu comecei a estudar a escola, era uma venda, depois eu
comecei a estudar na fazenda de um visinho, até a segunda série. Depois eu e
meus colegas íamos para Barrocas, para estudar.
(Texto baseado no depoimento de Maria Elza,
33 anos).
Na categoria Crônica
foi enviado o texto “As raízes de um povo” do aluno Fabricio Bispo dos Santos:
As raízes de um povo
Fabrício
Bispo dos Santos
O lugar onde eu vivo é um povoado super legal
que com o passar dos tempos sofreu algumas mudanças pra lá de radical, onde 30%
das pessoas são de alto nível de respeito e responsabilidade em meio à
sociedade e com suas famílias, sem dizer que a maioria dos habitantes tem
orgulho de ser trabalhadores de uma empresa de nível social, chamado motor de
sisal.
O motor é um dos instrumentos da história
da comunidade, ajudou muitas famílias ganharem o pão de cada dia, certo dia
,uns dos meus primos que moram no local onde vivo, foi à outra cidade, fazer
alguns documentos, chegando lá pegou sua senha e esperou para ser atendido,
quando ele foi chamado à primeira pergunta que a atendente fez foi onde você
reside? ele cheio de alegria falou: eu resido no motor de sisal, a atendente
começou a sorrir e disse eu estou perguntando onde você reside? Ou seja, onde
você mora? e não onde você trabalha, ele falou desculpe-me, eu pensei que a
senhora perguntou onde eu residava, eu moro na Barreira e a moça continuou
rindo.
Diferentemente de antigamente, a minha
comunidade ganhou um colégio modelo espetacular, onde há dois anos estudo no
mesmo. Na sala que eu estudo tinha um colega que inventou de ir trabalha na
empresa chamada motor, ele disse que queria bater palha e assim o fez, mais
para operar essa maquina de ultima geração tem que vestir a mocofalha, ou seja,
a farda da empresa, ele fez ao contrário ele tirou a camisa e começou bater
palha passou umas dez folhas, o resido começou a pegar na sua barriga, ele
parou e começou a gritar e a coçar e se empolar, ele ficou todo vermelho e
começou gritar, ai, ai, ai, ai, ai ta coçando Joãozinho coça aqui, Joãozinho é
o dono da empresa, ele é um grande empresário e seu salário e pouco mais de
300,00 por mês.
Antigamente a água da comunidade era transportada na carroça. Certo dia,
um carroceiro estava trabalhando levando água para algumas casas e o burro não
parava de correr, certa hora os arreios quebraram e o burro foi embora, o homem
ficou só com a carroça e a dorna cheia de água falando palavras impublicáveis.
Eu
era criança e olhava para Barreira comunidade pobre, humilde, triste, mas com
esperança. As casas eram toda humilde não tinha praça, tinha apenas um campinho
sem estrutura no meio de uma roça e os homens jogavam futebol, nem fardamento
tinha, pois o dinheiro que ganhava era pra manutenção das suas casas, o lugar
onde a escola e a praça estão situadas era uma roça de capim e o dono colocava
alguns bois dentro da roça para comer o capim. Hoje tem um colégio maravilhoso,
no local a paisagem é espetacular, deslumbrante. O lugar onde eu vivo está de
parabéns conseguimos mudar a paisagem e encher nossos corações de emoções.
Uma
pessoa mim perguntou onde você mora, eu falei na fazenda Barreira, ele falou
mim desculpe, eu falando com fazendeiro e nem o cumprimentei, fazenda Barreira
é um local, ele disse já saquei você é rico. Qual a marca do seu carro? Que
carro rapaz, eu moro na comunidade de Barreira entendeu? Não é uma fazenda?
Não, estava te zoando, mais Barreira é uma comunidade quilombola muito bem
organizada e privilegiada perante as comunidades circo vizinhas.
Barreira que vem do barro, de formigueiro
fundado no Brasil no cantinho da América, era esquecida, moradores alegres, que
com o passar dos tempos foi recompensada e não humilhada, foi invejada e não
acabada, foi organizada e não arrasada a Barreira está de parabéns por ser uma
das únicas no Brasil que tem orgulho de ser quilombola e ter nas veias o sangue
do antepassado não o sangue escravo e sim o sangue de direitos em meio à
população.
Os textos das três categorias foram avaliados e
analisados juntamente com os outros textos das escolas municipais de Barrocas,
pela Comissão Municipal. Sendo que os três textos que foram escolhido e enviado
para comissão Estadual foram os três enviados pela Comissão da Escola João
Francisco Pereira.